2007-12-22

CARTA PARA MINHA AMIGA SECRETA CRISTIANE

Quando soube que você era minha amiga secreta a primeira providência que tomei foi visitar seu blog, o qual ainda não conhecia. Logo na chegada já simpatizei com o nome: ”Fragmentos de Mim, pois ás vezes até tentamos nos desvencilhar disso, mas a verdade é que nossos blogs nada mais são que nossa própria alma fragmentada.
No (longo) tempo que fiquei por lá, pude descobrir um pouco mais sobre sua identidade, gostos e paixões, fato que confesso me deixou apreensiva, pois percebi que presenteá-la seria uma responsanbilidade e tanto, devido ao bom gosto e beleza expressos nos textos e nas imagens escolhidas.
Atrávés de seus posts descobri tratar-se de uma moça refinada, com gosto musical e literário requintados e apurados. Em seu blog encontrei informações, referências e citações de poetas como: Mário Quintana, Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, Artur de Távola entre tantos outros.
Constatei que arte também não lhe passa despercebida e mestres como Michelangelo e Van Gogh não deixaram de ser lembrados em textos perfeitamente elaborados presenteando nós leitores com detalhes da vida e história muitas vezes desconhecidos desses grandes nomes.
A verdade é que gostei muito do que encontrei e me senti privilegiada por minha amiga secreta ser daquelas raras pessoas de sensibilidade aflorada e coração nobre, que apesar de se indignar e comover com o vasto cenários de tristezas desse mundo, não permitiu que fosse tolhida sua capacidade de apreciar o belo e o simples.
Eu diria que se você fosse uma estação seria a primavera e suas tantas nuances, uma bebida: Alecxander, uma canção:"Pra não dizer que não falei das flores",um lugar: Angra dos Reis, um poema: Memória de Carlos Drummond de Andrade, o qual eu lhe ofereço finalizando essa carta juntamente com o ramalhete de flores...A poesia para alimentar a alma e as flores para perfumar seus dias.
Com carinho e estima,
Cin.


"Memória"

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.


Carlos Drummond de Andrade


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